Faz tempo que eu venho trabalhando neste conto. Mais de ano na verdade. De vez em quando eu escrevo uma ou duas frases. Algum tempo depois eu releio e mudo tudo e assim vou.
Não sei se algum dia, eu vou terminá-lo. Mas vou postar dois pedaços que creio estarem ok. Não relacionados. A segunda parte, certamente apareceria algumas páginas depois da primeira.
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Com os pés descalços e as costas desnudas eu entro na sala de torturas. O chão é frio. O teste não é apenas para ver se eu posso suportar a dor, mas sim se eu a abraço como uma amiga. Ao contrário do que esperava, não há correntes no aposento.
Encosto as mãos na parede e logo sinto a primeira chibatada. O torturador brinca com as minhas costas, deixando três marcas quase paralelas. Porém ela já está tão calejada que a umidade do aposento me incomoda mais do que a dor. O instrumento é frio apenas na primeira batida. Após, o sangue que escorre dos meus ferimentos o aquece.
Eu sorrio. Os outros pensam que a dor me dá prazer. Mas não, ter chegado até aqui, sem que eles suspeitassem de meus verdadeiros propósitos delicia-me. Eu gargalho. Inocentemente, eles aprovam.
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A expressão em seu rosto se altera da afronta à surpresa, seus olhos se arregalam e ela fica quieta por alguns segundos, antes de retomar o fôlego. Com expressão de choro, ela grita “Faça” e murmura um pouco depois “estou grávida”.
Não contenho o riso, será que ela era tão inocente achando que eu acreditaria nesta mentira? Ou mais ainda, achando que eu iria preservá-la. Digo: “Essa mentira não vai poupá-la”.
Ela retruca “Você é um inquisidor. Você pode extrair a verdade de mim.”.
Faço e ela realmente espera uma criança. Questiono desde quando ela sabia disso, quando iria me contar.
Chorando ela diz que me contaria em breve, depois do culto.
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Curtinho, né? Por favor, comentem, gostaria de saber que esses dois trechinhos invocam em vocês. Não vou falar o contexto, acho que ele é óbvio. A Karen e o Francis devem saber melhor de que se trata.
2 comentários:
Boh.... O passado pesadão do Morvius... Sempre soube que ele era foda... hehehehhehe Brincadeiras à parte gostei bastante. Isso poderia fazer parte de um diário dele. Que ele mantêm afim de manter também a sanidade e seus objetivos qunado entrou na missão. E que quem sabe pegou ele destruiu, e sobraram somente frases perdidas.....
Suspeito do primeiro contexto, o segundo me pareceu quase óbvio. Ele parece ser realmente muito determinado... a que mais exatamente, depende de seus intentos (nunca plenamente claros, a não ser o deleite dele em corromper os sonhos "românticos" - no sentido ético, não erótico). Curiosamente, ele pareceu ficar bastante surpreso na segunda cena.
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