domingo, 1 de abril de 2012

As Aventuras do Jovem Morvius

Faz tempo que eu venho trabalhando neste conto. Mais de ano na verdade. De vez em quando eu escrevo uma ou duas frases. Algum tempo depois eu releio e mudo tudo e assim vou.
Não sei se algum dia, eu vou terminá-lo. Mas vou postar dois pedaços que creio estarem ok. Não relacionados. A segunda parte, certamente apareceria algumas páginas depois da primeira.
---xxx---
Com os pés descalços e as costas desnudas eu entro na sala de torturas. O chão é frio. O teste não é apenas para ver se eu posso suportar a dor, mas sim se eu a abraço como uma amiga. Ao contrário do que esperava, não há correntes no aposento.
Encosto as mãos na parede e logo sinto a primeira chibatada. O torturador brinca com as minhas costas, deixando três marcas quase paralelas. Porém ela já está tão calejada que a umidade do aposento me incomoda mais do que a dor. O instrumento é frio apenas na primeira batida. Após, o sangue que escorre dos meus ferimentos o aquece.
Eu sorrio. Os outros pensam que a dor me dá prazer. Mas não, ter chegado até aqui, sem que eles suspeitassem de meus verdadeiros propósitos delicia-me. Eu gargalho. Inocentemente, eles aprovam.
---xxx---
A expressão em seu rosto se altera da afronta à surpresa, seus olhos se arregalam e ela fica quieta por alguns segundos, antes de retomar o fôlego. Com expressão de choro, ela grita “Faça” e murmura um pouco depois “estou grávida”.
Não contenho o riso, será que ela era tão inocente achando que eu acreditaria nesta mentira? Ou mais ainda, achando que eu iria preservá-la. Digo: “Essa mentira não vai poupá-la”.
Ela retruca “Você é um inquisidor. Você pode extrair a verdade de mim.”.
Faço e ela realmente espera uma criança. Questiono desde quando ela sabia disso, quando iria me contar.
Chorando ela diz que me contaria em breve, depois do culto.
---xxx---
Curtinho, né? Por favor, comentem, gostaria de saber que esses dois trechinhos invocam em vocês. Não vou falar o contexto, acho que ele é óbvio. A Karen e o Francis devem saber melhor de que se trata.

2 comentários:

Karen disse...

Boh.... O passado pesadão do Morvius... Sempre soube que ele era foda... hehehehhehe Brincadeiras à parte gostei bastante. Isso poderia fazer parte de um diário dele. Que ele mantêm afim de manter também a sanidade e seus objetivos qunado entrou na missão. E que quem sabe pegou ele destruiu, e sobraram somente frases perdidas.....

Framses disse...

Suspeito do primeiro contexto, o segundo me pareceu quase óbvio. Ele parece ser realmente muito determinado... a que mais exatamente, depende de seus intentos (nunca plenamente claros, a não ser o deleite dele em corromper os sonhos "românticos" - no sentido ético, não erótico). Curiosamente, ele pareceu ficar bastante surpreso na segunda cena.