quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Capítulo 4 – Mais fatos sobre cantrips



Alguns estudantes arcanos, supostos eruditos avançados, costumam desdenhar da versatilidade dos cantrips. São pequenos truques para iniciantes - dizem eles. Como se o prazer da experiência fosse sempre proporcional à complexidade ritualística. Na verdade, a simplicidade destes pode ser um bálsamo reestimulante depois de experiências intricadas e envolventes em círculos mais avançados.
Ao partir da noite, meus pés descalços avançavam pela laje fria, em direção ao jardim, aonde a deixei resfolegante e semi-desperta há poucas horas, quando me retirei para a meditação e o preparo de novas fórmulas arcanas.
Encontrei Kaylla, ainda despida, repousando no ninho de almofadas do coreto do jardim interno de nosso castelo. A noite gélida despedia-se, deixando sua vulva umedecida com o sereno, brilhando convidativamente aos primeiros raios de sol.
Seu ânus, ainda avermelhado das experiências transmutatórias do dia anterior, lembrava as miríades de possibilidades que a morfose apresentava, quando animal, vegetal e mineral não eram mais suficientes e eu buscara na memória, as características de materiais existentes somente em R'lyeh.
Meu membro novamente ereto, escondia-se sob meu manto arquimágico. Meus dedos, tais como os de um sacerdote, folheavam as páginas profanas do grimório em busca de novos feitiços, de novas sensações.
Kaylla se mexeu rapidamente e com os olhos entreabertos perguntou-me – De novo?
Sim, ainda há muito para aprender no caminho da zôomorfose – Respondi.
Acocorei-me em seu lado. Com um rápido movimento de dedos e algumas palavras de ordem, o manto flutuava distante. O cansaço e o desejo lutavam em seu rosto, mas não era da índole da princesa, dar-se por vencida. Agarrou meu pênis com vontade e molhou-o com a língua, girando-a, como se quisesse experimentar com o tato toda a circunferência da extremidade superiora.
Me possua, me penetre, faça eu me sentir novamente um deusa, uma deusa puta – suplicava ela, com lágrimas de dor e de felicidade escorrendo de seu rosto e pingando sobre meu escroto.
Um estudante avançado da nobre arte da transmutação aprende a utilizar o próprio corpo e de seus parceiros como focus e componente material. Enquanto outros precisariam de materiais exóticos e muitas vezes indisponíveis, quando a necessidade surge, um leitor atento destas páginas logo descobrirá que muitos de seus fluídos apresentam o mesmo papel. Porém, conforme relatarei mais tarde, o custo em esperma necessário para fazer uma única ressurreição, mais que ultrapassa um diamante. Felizmente, caro leitor, cantrips são magias simples e muitas delas não possuem nenhum elemento adicional além de palavras e gestos.
Assim, com um rápido movimento e murmúrios, gerei um jato de água aquecida, que lavou os resquícios da volúpia anterior de seu colo e com um movimento rápido a adentrei.
Kaylla espremia seu corpo contra o meu, como se buscasse uma fusão permanente. Não contente de sua força natural, ela conjurou a de um touro. Suas mãos, transformadas em garras, rasgavam minhas costas. Sentia o precioso sangue azulado de nossa espécie escorrer pelos meus quadris e perder-se em solo aveludado.
Com facilidade, poderia ter curado o dano, ou transformado a superfície lesada em uma espécie mais resistente, mas resisti. Não queria de forma alguma arriscar alterar a expressão de prazer de minha parceira, enquanto esforçava-me no característico movimento de vai e vem.
Mais, mais, por favor Tellius, me penetre toda – ela pediu em um gemido. Em resposta acariciei suas nádegas e a surpreendi.
O cantrip Raio de Gelo é considerado inútil, por muitos magos, devido ao pouco potencial de dano. Porém, o prazer que ele pode causar naqueles com ao menos uma pitada de masoquismo, mais do que merece o aprendizado desta magia.
Inseri meu indicador, pouco mais de um centímetro em seu ânus e dali fiz a conjuração. Os pequenos projéteis de gelo, conduzidos por uma brisa congelante, fizeram com que ela desse um repentino pulinho e tentasse buscar ainda mais a inclusão de meu falo. Ela conteve um gemido, colocou a língua levemente para fora e mordeu delicadamente os próprios lábios.
Quando o efeito original já havia passado, repeti a invocação. Desta vez, ela não se conteve e deu um gemido, prova do prazer que estava sentindo.
Lembrem-se, uma das grandes vantagens dos cantrips é seu uso praticamente ilimitado. Se você notar que seu parceiro ou parceira está gostando do estímulo, você pode repetir quantas vezes julgar adequado.

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